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Mike Emme e o Setembro Amarelo

  • Foto do escritor: Kauê da Costa Alves
    Kauê da Costa Alves
  • 10 de set.
  • 2 min de leitura

Em 1994, o jovem norte-americano Mike Emme, de apenas 17 anos, tirou a própria vida em seu Mustang amarelo. A dor dessa perda mobilizou familiares e amigos, que passaram a distribuir fitas amarelas com mensagens de encorajamento à busca por ajuda. Assim nasceu a campanha que hoje conhecemos como Setembro Amarelo.

Esse episódio nos lembra que o suicídio não é um ato isolado. Ele carrega consigo uma história, uma rede de relações e um contexto que não podem ser reduzidos a uma decisão individual. O sofrimento psíquico não surge no vazio; ele se intensifica em meio a violências sociais que atravessam a vida de tantas pessoas — fome, desigualdade, preconceito, racismo, discriminação e tantas outras formas de exclusão.


A iniciativa da família de Mike aponta para algo essencial: a dor pode ganhar novos sentidos quando encontra espaço no coletivo. Eles transformaram uma experiência devastadora em um movimento de solidariedade. E é justamente nisso que precisamos insistir como sociedade: criar espaços de escuta, compreensão e cuidado.

Nossas existências se legitimam no olhar do outro. Cuidar de si é fundamental, mas cuidar do outro é talvez a forma mais poderosa de reafirmarmos a nossa própria humanidade. A escuta cotidiana, o gesto de atenção, a luta por justiça social — tudo isso são caminhos que ampliam as possibilidades de vida, para que o sofrimento não se torne a única saída.


Falar de saúde mental não é apenas discutir sintomas, diagnósticos ou tratamentos. É reconhecer que somos atravessados pelo olhar, pela presença e pela escuta de quem caminha ao nosso lado. É lembrar que saúde mental é um cuidado coletivo, que envolve a todos e nos convida a construir, juntos, uma sociedade mais justa, humana e acolhedora.

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